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VoltarAumento da demanda por biodiesel faz com que soja do RS permaneça no Estado
Assista a matéria exibida no Canal Rural ou leia o texto na íntegra abaixo.
O crescimento da demanda por biodiesel faz com que a soja gaúcha permaneça dentro do Estado. Em muitos casos, o valor pago no mercado interno é mais vantajoso para o agricultor. O aumento do esmagamento do grão traz perspectivas para outro produto: o farelo.
Transformar soja em biocombustível. Um negócio aquecido, em franca expansão no Brasil. Na BSBios, indústria instalada em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, há seis anos, a produção anual é de 160 milhões de litros de biodiesel. Há três meses, entrou em operação a esmagadora de grãos, que recebe soja in natura e transforma em óleo e farelo. São 2,5 toneladas de grãos recebidos por dia.
A empresa já é a sexta maior produtora de biodiesel do país, responsável por 8% da produção nacional. E toda a matéria-prima utilizada vem das lavouras da região norte do Estado.
Luiz Carlos produz 400 hectares de soja. Do total, 30% da safra já está negociada para a empresa local.
- Não ficamos apenas na dependência do mercado internacional. É uma opção a mais de negociação - comenta o produtor rural.
De todo o biodiesel produzido no Rio Grande do Sul, 85% tem como base a soja.
- Precisamos garantir contratos com produtores, cooperativas para ter matéria prima à disposição - comenta Erasmo Battistella, diretor da BSBios.
Além disso, para que o combustível tenha o selo social, pelo menos 30% da matéria-prima deve ser adquirida através da agricultura familiar, o que coloca os pequenos produtores gaúchos em vantagem no mercado interno. Segundo o analista de mercado Cleber Bordignon, o biocombustível trouxe uma nova realidade para os agricultores.
- O biodiesel tem valorizado mais o produto, o preço é maior até mesmo comparado à exportação - afirma.
Para que a produção de biodiesel continue em expansão, o objetivo dos empresários é encontrar alternativas para a negociação do farelo, que origina do processo de esmagamento.
- Do grão, 78% do grão vira farelo. Precisamos destinar isso, quem sabe para a criação de animais - diz Erasmo Battistella.
E se o mercado interno continuar aquecido dessa forma, os produtores de soja do Rio Grande do Sul agradecem.
Fonte: Canal Rural - Mateus Rodighero