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Conferência BiodieselBR debateu desafios e perspectivas do setor




Para o diretor-superintendente da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, o desenvolvimento agrícola e novos mercados consumidores são os dois grandes desafios que requer atenção redobrada por parte do governo, usinas e pesquisadores

O setor de biodiesel está vivendo agora uma de suas fases mais otimistas. A indústria, uma das que mais cresce hoje no Brasil, vem conseguindo recordes sucessivos de produção e pode transformar o Brasil que hoje é o segundo maior produtor global em primeiro em muito pouco tempo menos de 02 anos. Com a oficialização do novo marco de mistura obrigatória de biodiesel no diesel a partir de janeiro de 2010 o setor inaugura uma nova fase de expansão. Para falar de toda essa evolução, dos desafios e perspectivas deste setor, especialistas, empresários e gestores estiveram reunidos no final de outubro na quinta edição da Conferência BiodieselBR 2009, realizada em Curitiba, no Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar).



De acordo com o Plano Decenal de Energia 2008-2017 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a mistura de 5% de biodiesel vai representar uma demanda anual de 2,47 bilhões de litros de biodiesel, com base nas projeções de consumo de diesel. Hoje, com uma capacidade instalada de 3,6 bilhões de litros (das usinas autorizadas a vender), a indústria não quer ficar limitada à demanda do B5. Mas para avançar, segundo o diretor do Departamento de Energias Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, é preciso mudar a lei 11.097/05 (que limitou a mistura até 5%), conseguir das montadoras a garantia dos motores e, o que é mais delicado e complexo, garantir efetivamente a participação da agricultura familiar na cadeia.



Mas o desafio que mais preocupa atualmente o setor é a oferta de matéria-prima a preços competitivos. A indústria precisa diminuir a dependência do óleo de soja e melhorar o balanço energético das usinas, bem como o aproveitamento de resíduos industriais de menor valor agregado.





Para o diretor-superintendente da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, o desenvolvimento agrícola requer atenção redobrada por parte do governo, usinas produtoras e pesquisadores. "Este é o grande desafio da cadeia. As usinas têm que ter responsabilidade sobre o desenvolvimento de culturas alternativas junto aos agricultores", mas precisa de apoio do Poder Publico e muita ajuda das empresas de pesquisa, porem alem de desenvolvimento e produção de novas culturas é necessário o desenvolvimento de novos mercados consumidores de Biodiesel pois atualmente o Brasil possui uma capacidade industrial de 3,6 bilhões de litros ano e com novos projetos em andamento e ainda não somos competitivos na exportação de biodiesel. . Para Univaldo Vedana, analista do setor de biodiesel, se não houver um empenho na produção de uma alternativa à soja, o setor pode ficar limitado ao B10.



Mesmo com a exploração do pré-sal o governo federal afirmou que continuará priorizando a ampliação da produção das energias renováveis. E isso não deverá mudar com a sucessão presidencial em 2010. "O programa de biodiesel é um programa de estado, não de governo. Dado o potencial deste setor para o desenvolvimento da nação, acho muito difícil um governo retroceder nessa área", avalia Dornelles.