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VoltarEmbrapa e Be8 assinam acordo para desenvolver cultivares de triticale para biocombustíveis
Um acordo de cooperação técnica entre a Embrapa e a Be8 prevê o desenvolvimento de cultivares de triticale voltados à produção de etanol amiláceo. O documento foi assinado pelo chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski e pelo Presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella, nesta segunda-feira, 4 de março, no estande da Embrapa, na Expodireto Cotrijal 2024, em Não-Me-Toque. Participaram do ato o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o senador Luis Carlos Heinze e também o Presidente e o Vice-Presidente da Cotrijal, Nei Cesar Manica e Enio Schroeder, respectivamente.
A produção de etanol pela Be8 está prevista com o uso de amido, principalmente oriundo de grãos de cereais como matéria-prima. Os cereais de inverno são importante fonte de amido, promovendo o uso da terra na estação fria, com geração de renda e liquidez no mercado. Entre as alternativas, o triticale apresenta grande potencial para abastecer o mercado de biocombustíveis, especialmente as usinas de produção de etanol, já que possui elevado teor de amido, elevada atividade amilolítica, principalmente α-amilase, fundamental na sacarificação do amido.
A unidade de produção de etanol demandará volume acima de 550 mil toneladss de grãos/ano. “No raio de atuação da Be8 há uma grande área sem exploração comercial de grãos no período do inverno, o triticale se configura como uma importante opção ao produtor e como fonte de matéria-prima ao projeto” afirmou o presidente da Be8 Erasmo Carlos Battistella.
O engenheiro agrônomo da Be8 Fábio Junior Benin ainda ressaltou que o triticale tecnicamente se encaixa muito bem nos sistemas produtivos. “É uma cultura que o produtor já conhece bem e que já conta com boa base genética. Este acordo possibilitará avanços também para novas cultivares, com características específicas para a produção de etanol. Com isso fecharemos a cadeia produtiva, dando segurança aos parceiros de fomento e produtores na comercialização dos grãos”, explicou Benin.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Trigo Jane Machado, o acordo prevê o desenvolvimento de novas cultivares de triticale, por meio do programa de melhoramento genético da Embrapa Trigo, buscando maior produtividade de grãos, melhor resposta aos estresses bióticos e abióticos, além de características específicas para o bom desempenho das cultivares na produção de etanol, tais como: grãos bem formados, porcentagem de amido acima de 65%, proteína nos grãos acima de 14%, boa atividade α-amilase, baixo teor de micotoxinas nos grãos e bom rendimento de etanol.
“Devido à dinâmica do programa de melhoramento genético, a cada ano poderão ser adicionadas aos cruzamentos novas linhagens com melhor desempenho ou retiradas outras que não foram bem”, conta Jane. A base de validações contará com experimentos conduzidos em diferentes locais na região norte do Rio Grande do Sul.
O acordo também conta com atividades de transferência de tecnologia, com a capacitação de agricultores, produtores de sementes, técnicos e extensionistas, por meio da realização de eventos como dias de campo, feiras e visitas técnicas onde serão apresentadas as novas cultivares com posicionamento adequado, além de práticas de cultivo e manejo.
ODS
A integração de esforços para ampliar o uso de cereais de inverno como matéria-prima na produção de biocombustível e coprodutos, por meio da disponibilização de genética, conhecimento científico, transferência e adoção dos resultados gerados, desenvolvendo e disponibilizando cultivares de triticale específicas para geração de energia renovável por meio da produção de etanol amiláceo vai de encontro ao Objetivo Estratégico “Desenvolver sistemas de produção inovadores capazes de aumentar a produtividade agropecuária, florestal e aquícola, com sustentabilidade” e vinculado, na Embrapa, ao Eixo de Impacto “Avanços na busca da sustentabilidade”. Estas ações estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): 2,3,7e13 para os quais os 193 Estados membros da ONU, incluindo o Brasil, estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.