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Lula afirma que “biodiesel veio para ficar”

Em homenagem da APROBIO, ex-presidente defende expansão do biocombustível no país e diz que Programa do Biodiesel foi feito para crescer



O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem (2/8) em homenagem da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO) em São Paulo, que "o biodiesel no Brasil não tem retorno. Ele veio para ficar. Este programa (o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel - PNPB) foi feito para crescer".
A APROBIO e a União Brasileira do Biodiesel e do Bioquerosene (UBRABIO) reuniram centenas de empresários, agricultores e autoridades ligadas ao setor do biodiesel para homenagear o ex-presidente, por ocasião do aniversário das duas entidades.
Lula foi enfático ao defender a diversificação da matriz energética brasileira, com o fomento da produção de biocombustíveis e fontes alternativas de energia renovável. "Não é porque temos o pré-sal que vamos parar de investir na melhoria do ar das nossas cidades e da vida do provo brasileiro", disse.
O ex-presidente destacou a necessidade de o país não ficar atrelado à lógica da indústria automobilística estrangeira que, no seu entender, "está preocupada com o desempenho dos seus motores, não com a qualidade do ar que respiramos". Para ele, se a tendência da indústria internacional é esta, o Brasil tem que investir em sua vocação e potencialidades. "E a nossa lógica? Por que não podemos ter um caminhão 100% movido a biodiesel", indagou.



Patrono



Em seu pronunciamento na solenidade, o diretor presidente da BSBIOS e presidente da APROBIO, Erasmo Carlos Battistella, chamou Lula de o "patrono" do biodiesel no Brasil. "E a presidente Dilma é a madrinha", arrematou, referindo-se ao trabalho da então ministra das Minas e Energia e depois da Casa Civil no governo Lula, que em janeiro de 2005 lançou o PNPB.
Lula defendeu, ainda, a diversificação das fontes de produção de biodiesel, dizendo que sempre apostou na mamona e no pinhão manso. Embora o país ainda tenha que desenvolver mais pesquisas tecnológicas para incensar a produção destas oleaginosas, como ele observou em sua fala, este é um dos vetores do trabalho da APROBIO.
O presidente da entidade é vice-presidente também da Associação Brasileira dos Produtores de Canola, outra fonte alternativa para processamento de óleo e produção do combustível verde.
Lula disse que nunca sonhou com a soja como fonte do biodiesel por entender que o fornecimento do óleo do grão para a indústria estava garantido. "Só eu sei o que passamos no exterior, principalmente na África, para explicar que os biocombustíveis não competem com a oferta de alimentos - lembrou o ex-presidente -. Nós sempre quisemos garantir o alimento do povo, sem prejuízo dos investimentos para oferecer uma fonte nova de energia, menos poluente e com grandes benefícios sociais".
O ex-presidente se referia ao Selo Combustível Social, criando pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) quando o ministro era Miguel Rosseto, hoje presidente da Petrobras Biocombustível e do Conselho de Administração da BSBIOS, também presente à solenidade. O Selo assegura incentivos fiscais às usinas que compram pelo menos 30% da matéria prima do biodiesel da agricultura familiar e hoje beneficia 104 mil famílias.
Além de Rosseto e Battistella, participaram da homenagem ao ex-presidente o presidente da UBRABIO, Odacir Klein, o presidente do seu Conselho Juan Diego Ferrés, o vice-presidente da APROBIO, Adilton Sachetti, e mais de 20 associados da APROBIO.
Entre as autoridades estavam o governador de Sergipe, Marcelo Déda, o senador Blairo Maggi, que representou o governador do Mato Grosso, Sinval Barbosa; e os deputados Jerônimo Goergen, presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, e Helvino Bohn Gass. Participou, ainda, o ex-ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Miguel Jorge.
Compareceram, também, o presidente do Sindicato dos Produtores de Biodiesel do Mato Grosso, Silvio Rangel, o presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, diretores da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).