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VoltarPaís entra no B4 já na expectativa do B5
A adição de 4% de biodiesel na fórmula do diesel fóssil, adotada a partir deste mês de julho, deverá aumentar o consumo desse combustível para aproximadamente 1,6 bilhão de litros este ano.
A partir deste mês de julho a adição do biodiesel no óleo diesel passa de 3% para 4% (chamado no jargão do setor de B4), e as empresas produtoras de biocombustível, já pensam em um passo além: o B5. A adição do B4 fará que com o consumo de biodiesel no Brasil chegue, em 2009 a cerca de 1,6 bilhão de litros contra 1,1 bilhão em 2008.
O presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Odacir Klein, recorda que as indústrias brasileiras de biodiesel, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), têm capacidade instalada para produzir anualmente até 3,6 bilhões de litros. "A capacidade instalada permite, tranquilamente, o abastecimento do B4", enfatiza Klein.
Apesar deste aumento de mercado com o B4, os agentes do setor têm ambições maiores e estão próximos a ver realizado seu desejo. Klein revela que quando se encontrou recentemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Arábia Saudita, ele informou que seria efetivado o B4, mas com viés de B5. "A expectativa toda do setor é de que tenhamos para o inicio do ano que vem o B5", afirma o presidente da Ubrabio. Com a implantação do B5, o Brasil passará a ter consumo de cerca de 2,3 bilhões de litros de biodiesel ao ano. Klein argumenta que a antecipação do B5 deverá ser realizada, pois o programa de biodiesel do governo federal deu uma boa resposta.
Para o superintendente da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, apesar do mercado de biodiesel ser tão jovem (iniciado em janeiro de 2008), está bem estruturado. "Claro que todo mercado novo passa por ajustes e melhoras", diz Battistella. Ele ressalta que o sistema de leilão mudou do virtual para o presencial e passou de anual a trimestral (o que Battistella considera uma evolução). Agora a maior preocupação do setor é discutir com o governo o futuro. Se o modelo de leilões será mantido ou se será alterado para o mercado livre. Ele defende que se houver esta mudança, será necessária uma fiscalização muito rigorosa.
"O setor de biodiesel precisa do B5 em 2010 e depois debater os próximos passos" defende o superintendente da BSBIOS. Ressalta que o biodiesel ocasiona um menor impacto ambiental do que o combustível fóssil, melhorando as condições de vida nas grandes cidades. A BSBIOS participa de estudos para realizar o levantamento quanto à redução de emissão atmosférica proporcionada pelo uso do biodiesel. Esse trabalho deverá ser divulgado nos próximos meses.
Quanto a uma realidade mais próxima, Battistella acredita que não será percebido nenhum impacto de preço para o consumidor com a elevação para o B4. Ele destaca que, atualmente, se percebe uma redução do custo óleo diesel. Enfatiza, por fim, o reflexo social da produção de biodiesel gerador de emprego e renda no campo.