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VoltarSeminário debateu agroenergia e desenvolvimento
Na manhã de segunda-feira (08), no auditório da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo reuniram-se pesquisadores, técnicos agrícolas, empresários e estudantes no Segundo Seminário de Agroenergia e Desenvolvimento Rural. A finalidade foi discutir o papel e as oportunidades das plataformas de agroenergia para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, bem como a inserção do programa de baixa emissão de carbono nesse contexto.
Estiveram palestrando no evento o Diretor Superintendente da BSBIOS Erasmo Carlos Battistella, o Presidente da Petrobras Biocombustível Miguel Rosseto, o pesquisador da Embrapa Trigo Anderson Santi e o pesquisador da Embrapa Sede Luiz Adriano Maia Cordeiro. O Diretor Superintendente da BSBIOS Erasmo Carlos Battistella falou sobre as perspectivas do mercado de biodiesel no Brasil.
Criado há menos de cinco anos o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) já tem resultados positivos e otimistas em longo prazo. "Apenas neste ano o consumo de biodiesel deve chegar a 2.350 bilhões de litros, sendo que a produção nacional teria capacidade para atender a uma demanda de 5,100 bilhões de litros", afirmou Battistella. Seguindo as diretrizes do Programa em que consta a inserção de culturas alternativas a BSBIOS impulsiona a produção de canola. "Em 2007 foram fomentados 3,5 mil hectares de canola pela empresa. Em 2010 essa área subiu para 15 mil. Nós queremos chegar aos 200 mil hectares de canola fomentados", frisou o diretor superintendente.
Em 2010 está em vigor o B5, ou seja, a mistura na proporção de 5% de biodiesel no óleo diesel. "Desejamos que em 2014 essa proporção aumente para 10% e em 2020 para 20%. Afinal o biodiesel é o pré-sal verde do interior do Rio Grande do Sul", compara Battistella. De acordo com ele um estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que a ampliação deverá refletir até na diminuição dos gastos com saúde no Brasil.
O presidente da Petrobrás Biocombustível, Miguel Rossetto, destacou os projetos brasileiros desenvolvidos para fomentar o uso destes tipos de energia. O Brasil é destaque na utilização de energia proveniente de fontes renováveis. "Aqui vocês estão de parabéns, pois Passo Fundo é um pólo de referência devido a BSBIOS", afirmou Rossetto. No Brasil 44,7% da matriz energética pode ser considerada renovável, já no mundo esse percentual corresponde a apenas 13,3%.
A energia fóssil proveniente da utilização do carvão, petróleo e gás natural fez com que houve um aumento excessivo de produção de gás carbônico (CO2) provocando o efeito estufa. "As energias fósseis seqüestram da terra o CO2, que é queimado e jogado na atmosfera, com as energias renováveis aquilo que é drenado da própria natureza retorna a ela", frisou Rosseto. Ele também citou outros benefícios, "a agroenergia cria um novo mercado agrícola, a rota oleoquímica e o biodiesel ajudam a fomentar outras cadeias que agregam valor a agricultura", destacou.
O 2° Seminário Agroenergia e Desenvolvimento Rural foi uma realização do Grupo Editorial O Nacional e Embrapa Trigo, com patrocínio da Petrobras, Prefeitura Municipal de Passo Fundo, UPF e BSBIOS. O evento contou ainda com o apoio da Emater/Ascar, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Grupo Creluz e Ministério da Ciência e Tecnologia.