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Usina de Marialva vai permitir produção de biodiesel em escala


O início da operação da Usina de biodiesel em Marialva, região Noroeste, vai permitir a produção em escala do biocombustível no Paraná. A unidade adquirida pela BSBIOS entra em operação no município paranaense em dezembro deste ano e começa a produzir em janeiro de 2010.



O diretor-superintendente da empresa Erasmo Carlos Battistella, pediu o apoio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e das empresas vinculadas de assistência técnica (Emater-PR) e de pesquisa (Iapar-PR) para diversificar a produção de oleaginosa no Paraná.



Para o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, a entrada da BSBIOS em operação marca a entrada do Paraná na era da produção de biodiesel em escala, o que será uma alternativa de produção para a agricultura familiar do Estado. Segundo o secretário, o Paraná tem uma área média cultivada com soja de 32 hectares por produtor e mais da metade da produção é da Agricultura Familiar.



Segundo Battistella, o eixo inicial da produção de biodiesel em Marialva será a partir da soja e da canola. Essa base deverá ser diversificada gradativamente e por isso conta com a ajuda do governo do Paraná. O executivo pediu ainda o apoio da Seab para a empresa conseguir o selo social fornecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O selo é concedido às empresas que comprovadamente utilizarem 30% da absorção de matéria prima da Agricultura Familiar.



A unidade de Marialva será a segunda a ser implantada pelo grupo BSBIOS, que iniciou sua produção de biodiesel no município de Passo Fundo (RS). No Paraná deverão ser gerados 120 empregos diretos e 3.000 empregos indiretos. O próximo passo será instalar unidade de esmagamento de grãos para verticalizar a produção.



O diretor técnico do Iapar, Arnaldo Colozzi, colocou à disposição da empresa o volume de informações técnico-cientificas em desenvolvimento pelo órgão para ampliar o leque de alternativas de oleaginosas mais adaptáveis ao cultivo no Paraná. Destacou que o órgão de pesquisa conseguiu recentemente o estabelecimento do zoneamento agrícola para a canola e o girassol no Estado.



Segundo Battistella, a preferência da empresa é pelo cultivo de canola no inverno porque não compete com a soja no verão, além de ser uma boa alternativa de rotação de culturas com o trigo, cereal mais cultivado no inverno no Paraná. "A empresa prioriza a canola porque além do mercado de biocombustível também está de olho no mercado de óleos comestíveis", justificou.



A BSBIOS vai desenvolver o sistema de trabalho integrado com os agricultores familiares, inclusive fornecendo sementes de canola para o cultivo, já que é uma das empresas credenciadas a importar esse insumo pelo ministério da Agricultura. A empresa já manteve contatos com a direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) que irá auxiliar na organização dos produtores.



A capacidade de produção da unidade de Marialva é de 159 milhões de litros por ano e a comercialização será feita via Petrobrás, para abastecimento do mercado interno, e também para exportação. A expectativa, disse Battistella, - é que a região Norte do Paraná se torne um pólo de bionergia, já que a BSBIOS irá funcionar próximo à produção de etanol.